As vezes eu me pego pensando no passado. Penso em como eu
era infeliz, no quanto sofria no meu relacionamento, e no quanto eu deveria
odiar meu ex namorado. Mas eu também lembro dos momentos bons, e isso acaba me
consumindo por dentro. Por qual motivo a
pessoa desgraça com toda a sua vida, e você ainda continua enxergando lados
bons nela? Não deveria. Definitivamente, não deveria enxergar nada de bom,
assim como deveria superar a coisas ruins (palavras da minha maravilhosa psicóloga,
que é a única coisa de bom que aquele desgraçado trouxe para minha vida). Mas
não, eu simplesmente tenho que me afogar em lagrimas por meu relacionamento não
ter dado certo, mesmo sabendo que na maioria das brigas eu não tive culpa
nenhuma.
Daí eu estou passando na rua, quando de repente vejo a “criatura”.
Caralho! Porque ele não passou por outra rua? O que ele esta fazendo aqui? Eu
não tenho o direito de sair de casa agora, é isso? Só pode ser provocação do
destino. Eu jurava que tinha esquecido esse traste semana passada, quando ele
me mandou aquela mensagem ridícula, perguntando minha opinião sobre uma coisa
idiota, como se com isso ele fosse concertar as coisas! Será que ele me acha
tão burra assim? Não! Ele tem certeza. Por que eu realmente devo ser mesmo.
Talvez eu nunca volte a sentir nada de verdade, porque eu
estou destruída demais para isso. Cada dia, cada mês, cada ano, deixa um pouco
mais de depressão, sensação de vazio, e inutilidade dentro do meu coração. Eu não
deveria me sentir assim, afinal vai passar né? Não, não vai mesmo. Eu vou ser
obrigada a olhar pra cara dele na rua (ou inventar uma doença contagiosa para
ficar escondida dentro de casa), e fingir que esta tudo bem, que ele não
destruiu a minha vida, os meus sonhos, e as minhas músicas prediletas. Poxa,
ele poderia ter me deixado pelo menos com as músicas, elas seriam perfeitas
para me acompanhar enquanto viro mais uma dose de vodka. Mas não seria o amor
da minha vida, se não tivessem restado só os cacos né?
A gente ia casar, acredita? Mas ele me deixou antes. Eu devo
ter muita sorte mesmo, pelo menos sou super criativa, o que me ajudou a
imaginar varias formas do avião ter caido! Mas poxa, ele continua vivo! E eu
escrevendo sobre ele, lembrando dele, chorando por causa dele. Daquele dia em
diante, eu praticamente gastei metade dos meus dias, me equilibrando entre
querer que ele morra, e querer que ele volte. Eu devo ser muito retardada mesmo,
ou pior, deve ter um botão dentro do meu coração, que ativa essa minha
necessidade de ser infeliz. Sobre o fim do nosso namoro, a única coisa que eu
posso afirmar, é que matou metade de mim. Talvez a metade que prestava, que
confiava, que amava de verdade. Posso contar um segredo? Eu nunca mais consegui
sentir nada de verdade desde de aquele dia. E provavelmente eu nunca mais
consiga.
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